Momento Saudade: Mulheres de Areia

Oi Pessoal!

Atualização atrasada, né? Mas essa semana foi uma peregrinação a médicos de todos os tipos! E ainda não acabou! Mas não poderia deixar o blog sem pelo menos alguma novidade. Pensei em escrever sobre o filme Warrior com o Tom Hardy a.k.a. mascote do blog, mas fica pra depois. Ainda tenho que pensar numa resenha mais inteligente que: “Ele está são forte, tão gato, tão intenso...”. Pensei em escrever sobre a Ação Magazine #1, que já está nas bancas do Rio, mas ainda preciso pensar melhor. Então resolvi falar de uma das melhores e mais queridas novelas da minha vida: Mulheres de Areia.

Quem não teve a oportunidade de assistir essa novela quando passou em 1993, ou quando foi reprisada pela primeira vez no Vale a pena ver de novo, pode tentar assistir agora, (mesmo com tantos cortes) que não vai se arrepender. Mulheres de Areia foi uma novela do horário das seis e fez um enorme sucesso. Não é de se espantar, afinal ela tinha todos os elementos que parecem faltar nas produções de hoje: história cativante, bons personagens, excelentes atores e uma trama simples e nem um pouco pretensiosa. Impressiona como as novelas que assistimos hoje estão recheadas de atores fracos e inexpressivos, além de histórias modorrentas e que não vão a lugar algum. Um exemplo disso foi aquela novelinha de quinta chamada Passione, que era tão ruim que chegava a dar nos nervos. Acabou e foi esquecida no dia seguinte. 

Mulheres de Areia foi um tipo de novela que permaneceu na memória afetiva das pessoas e principalmente da minha. Impossível não passar por uma televisão sintonizada na novela e não parar uns minutos pra saber se já desmascararam Ruth, se Malu e Alaor se acertaram ou se o inesquecível Doutor Virgílio já está aprontando das suas. Sem falar no Tonho da lua, que está em absolutamente todos os capítulos da trama. Tenho a sensação que as novelas mais antigas eram mais divertidas e os personagens eram mais verdadeiros. Hoje é impossível para eu acompanhar qualquer novela em exibição, mas é difícil resistir à tentação de sentar no sofá à tarde e curtir as desventuras do povo de Pontal da Areia. Quando um novelão é bom, assisto mesmo! XD 

Eram inúmeros personagens clássicos como Seu Donato (protegido de Iemanjá, praticante de religião de matriz afro-brasileira, coisa rara hoje em dia nas novelas), Marujo (que eu sempre pensei ser realmente sem braço), prefeito Breno e sua esposa Vera (a caricatural Isadora Ribeiro, por onde anda?), Alemão, Chico Belo (?), Vanderlei (que tinha uma música tema absolutamente hilária), Clarita (uma Suzana Vieira que ainda não era aloprada), Seu Floriano (que lembrava meu falecido avô) e Dona Isaura (sua predileção por Raquel sempre me perturbou, mas a Laura Cardoso é mesmo uma grande atriz), Tonha e muitos outros. É tão legal poder assistir à Heloísa Mafalda e acabar lembrando outras novelas clássicas dela, como Sexo dos Anjos, cujo tema de sua personagem era o clássico da lambada Adocica. Meu Deus! Túnel do tempo total! XD

Nem preciso dizer que a Dona Gloriosa Glória Pires é a melhor intérprete de gêmeas da história da tevê. Suas Ruth e Raquel eram opostas sem serem exageradas e muito de seu trabalho estava nos detalhes. O olhar, o jeito de andar, não precisava de algum recurso extra pra ajudar a diferenciar as duas. E o que dizer daquele cabelo índia divônica? Meu Dels! Quem sabe o que é viver sob a ditadura da chapinha até chora ao saber que é tudo NATURAL! E o Raul Cortez? Gente, que ator ele era! Tem como não amar o seu Virgílio? Irônico, divertido e inspiradíssimo! Também destaco a revoltadinha Malu e seu cowboy, Alaor. Mas talvez o personagem mais marcante de Mulheres de Areia seja mesmo o Tonho da lua, num trabalho realmente inesquecível do Marcos Frota. Até hoje acredito ser seu melhor papel.

A autora de Mulheres de Areia, Ivani Ribeiro, escreveu muitas novelas ótimas, entre elas um dos maiores êxitos da Globo (audiência inclusive), a novela A Viagem. Seu texto era simples, agradável e feito para o povão mesmo. Não por acaso a identificação com as personagens parece tão natural. A artificialidade de algumas novelas, que tenta falar sabe-se lá para quem, barra a identificação tão necessária para o sucesso de qualquer mídia, em especial uma tão longa como a novela. As de Ivani Ribeiro não eram assim. Talvez por isso tanto sucesso. Uma pena que seu legado não foi assimilado pelos que fazem novelas hoje. Novela boa agora, só no Vale a pena ver de novo.  

Alguns vídeos pra relembrar: 

Ruth (se passando por Raquel) humilha Andreia:

Ruth confronta Raquel e tome tapa na cara!



Dr. Virgílio atormentado pelo espantalho! Meeeedooooo!